SANTIAGO, 09 Mai. 12 / 12:55 pm (ACI)
Um novo
estudo realizado no Chile, com informação recolhida durante cinqüenta anos,
confirmou que um maior acesso ao aborto não produz
uma diminuição na taxa de mortalidade materna.
A pesquisa "Nível de
educação das mulheres, instalações da saúde materna, legislação sobre o aborto e
mortalidade materna: um experimento natural no Chile desde 1957 até 2007", foi
publicada no dia 4 de maio no PLoS ONE, a maior revista científica do
mundo.
Uma das descobertas mais importantes da pesquisa foi que, ao
contrario do que dizem as hipóteses sustentadas pelos abortistas, desde que o
aborto foi declarado ilegal no Chile, no final da década de 1980, a taxa de
mortalidade materna diminuiu de 41.3 até 12.7 por cada 100.000 crianças nascidas vivas.
Isto significa uma redução de 69,2 por cento.
O Dr. Elard Koch,
epidemiologista e principal autor do estudo, destacou que "definitivamente, a
proibição legal do aborto não está relacionada com as taxas globais de
mortalidade materna".
Para o estudo, os cientistas usaram dados oficiais
do Instituto Nacional de Estatística do Chile, entre os anos 1957 e 2007. Os
autores analisaram os fatores que podem afetar a mortalidade materna como, os
anos de educação, o ingresso per capita, a taxa global de fecundidade, o
fornecimento de água potável, entre outros.
A pesquisa considerou também
o impacto das políticas de educação e saúde materna, incluída a legislação que
proibiu o aborto no Chile no ano de 1989.
O Dr. Koch insistiu que é a
educação das mulheres o que melhora sua capacidade "para buscar os recursos
existentes de atendimento a saúde, incluindo pessoal qualificado para o parto, e
conduz diretamente a uma redução no risco de morrer durante a gravidez e o
parto".
A pesquisa revelou que o Chile, um país onde está proibido
qualquer tipo de aborto, é um paradigma em saúde materna a nível mundial, pois a
taxa de mortalidade materna diminuiu em 93,8 por cento entre 1957 e
2007.
O Dr. Koch destacou que "de fato, durante o ano de 2008 a taxa de
mortalidade materna se reduziu novamente, a 16.5 por cada 100.000 nascidos
vivos, colocando o Chile como o segundo país com a proporção mais baixa no
continente americano, depois do Canadá".
De acordo com o cientista, a
taxa de mortalidade materna do Chile está dois pontos abaixo da dos Estados
Unidos.
Em fevereiro de 2011, Chile recebeu o prêmio International
Protect Life Award (a proteção internacional da vida), por ser o país com a
taxa mais baixa de mortalidade materna na América Latina.
Entre as
variáveis que influíram na redução da mortalidade materna no Chile se encontram
a formação de pessoal qualificado para o atendimento materno-infantil, a
nutrição complementar para mulheres grávidas e para seus filhos, assim como a
limpeza das instalações.
Mas o fator mais importante foi o nível
educativo das mulheres. Por cada ano adicional de educação da mãe, observou-se
uma diminuição correspondente na taxa de mortalidade materna de 29,3 por 100.000
nascidos vivos.
Entretanto, para o Dr. Koch, esta pesquisa mostra um
"paradoxo da fertilidade" na saúde materna, pois embora "a educação ajudou a que
o Chile alcance um dos recordes mundiais em segurança para a maternidade, também
contribuiu para diminuir a fertilidade e atrasar excessivamente a maternidade,
pondo às mães em risco por serem já de maior idade".
O problema atual, de
acordo ao cientista, já não é quantos filhos tem uma mãe, mas sim "quando uma
mãe tem seus filhos, especialmente o primeiro deles".
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